Até agora só falei dos prós dos trinta, mas é claro que na
vida nem tudo são flores e pra fechar a série sobre trintar, eu não poderia
deixar de falar das angústias que, mesmo que momentaneamente, me assolaram.
Falei por alto das muitas mudanças pelas quais a minha vida
passou nos últimos meses, o que fez com que o dito “inferno astral” começasse
um pouquinho antes para mim. Separação, mudança, estresse, separação dos meus
bichinhos... Tudo junto assim num combo de desolação, mas que graças a deusa,
passou.
Isso tudo me fez crescer, de fato, pois me levou a uma reflexão
profunda (e necessária) sobre vários aspectos da minha vida. Reflexão essa que
eu já vinha empurrando com a barriga há tempos, pois o comodismo e o medo de
mudar o que não me satisfazia fez com que eu fechasse os olhos para muitas
coisas.
Era mais fácil acreditar que a minha vida era “quase
perfeita”, e que eu realmente estava feliz com aquilo, do que buscar a
satisfação de fato, a felicidade plena, o motivo para levantar da cama todas as
manhãs.
Confesso também, que maquiei por muito tempo minhas emoções,
me fazendo de forte em meio a tantas perdas e decepções, por ter que mais uma
vez me desconstruir e tentar recomeçar, mas chega uma hora que a base acaba, e
só o ó compacto não é mais capaz de disfarçar as marcas deixadas pelas mágoas.
Chega uma hora em que é preciso fazer uma limpeza profunda, e tirar de dentro
da gente as impurezas que fazem com que a nossa vida perca o viço.
Dia desses entrei em crise, e chorei como criança ao me dar
conta de que mais uma vez eu não tinha nada, e que cheguei aos trinta em meio a
essa instabilidade. Ter amigos sensatos ao lado nesse momento ajuda muito,
porque eles conseguem ver de fora as coisas de um jeito que a nossa
raiva/tristeza não deixam.
Foi aí que percebi que isso que aconteceu comigo agora pode
acontecer com qualquer um, em qualquer momento da vida, e por mais de uma vez.
E descobri também que esse não é o fim do mundo. Descobri, em meio a essas conversas
que não é o universo que está com raiva de mim, e que eu devo mesmo usar essas
experiências para aprender a superar.
Descobri ainda que quando a gente menos espera, a vida nos
presenteia com anjos que estão dispostos a nos ajudar, assim do nada, e que
mesmo quando parece que o mundo nos virou as costas, nem todo mundo é mal.
Essa instabilidade emocional durou pouco, ainda bem! Mas
passar por esse momento de treva me fez ter a certeza de que independente do
que aconteça comigo daqui por diante, eu não estou sozinha, porque me conectei
aos meus (os antigos e os novos que o Sagrado
me deu) e que só vou deixar na minha vida aquilo/aqueles que realmente me fazem
e me querem bem.
Essa é a melhor parte de ter 30 anos: Ser dono do próprio
nariz e escolher quem entra e quem sai, com um pouco mais de maturidade.
Bjos e até a próxima semana... J
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