Nas próximas
semanas irei a 3 casamentos de pessoas muito queridas. Além do meu desejo dos
melhores votos de que sejam felizes para sempre, como planejadora financeira já
casada, não posso deixar de recomendar que tenham atenção na administração das
finanças da nova família.
Sei que cada um
destes casais está começando sua família de uma maneira diferente, um sem
filhos e os outros com filhos de outros relacionamentos, mas o importante é que
estejam cientes que esta nova família precisará conversar sobre como traçar a
melhor estratégia e administrar os esforços para alcançar os sonhos coletivos.
Estes casais já
estão naquela fase final dos preparativos do casamento. Adrenalina lá em cima,
ansiedade para chegada do grande dia. Farão as famosas juras no altar. Mas o
casamento não é só aquela data onde família e amigos se reúnem para comemorar a
união de um casal, tem o “after day.”
A vida a dois segue já no dia seguinte com suas despesas conjuntas. E tão logo
devem definir que padrão de vida em comum terão. Manterão as saídas com os
amigos todos os finais de semana, ou irão optar por programas na casa dos
amigos para equilibrarem as despesas? Conseguirão manter o padrão de consumo da
vida de solteiros sem precisarem abrir para o parceiro (a) as receitas e
despesas ao longo do mês? Adianto que não será bem assim, meus caros casais!
De acordo com
uma pesquisa da Universidade de Kansas, nos EUA, grande parte dos divórcios tem
como motivo as finanças do casal. Aqui no Brasil, foi feita uma pesquisa pelo
SPC Brasil revelando que 35% dos casais brasileiros não sabem qual é o salário
do parceiro. É o que podemos chamar de infidelidade financeira. Verá que é bem
comum entre os casais e já pode ter cometido algumas vezes.
Mas o que é a
infidelidade financeira?
Sabe aquele
tratamento estético maravilhoso inovador, as luzes californianas e as unhas feitas
de acrigel que está? Você revelou o preço VERDADEIRO para o parceiro? Se a
resposta foi negativa, então, houve traição! Apesar de ter recebido elogios
dele!
E você
companheiro, quanto custou o chopinho com os amigos? E o relógio estava
realmente na promoção, mesmo com o dólar nas alturas? E o tratamento do carro,
com uma limpeza caprichada estava num precinho camarada? Foi isso que falou
para sua amada?
Não basta saber
qual é o salário de cada um, mas principalmente, quanto cada um tem gasto ou
pode gastar se vocês estão dividindo as rendas. Porque não dá para um dos dois
ficar tendo gastos excessivos achando que o companheiro que tem maior renda
está confortável financeiramente quando isso não é verdade.
Entendo bem uma
comprinha ou outra que não queira informar quanto custou para evitar brigas,
mas o que não pode acontecer é deixar que a situação saia do controle.
Não pode
permitir que a conta corrente entre no cheque especial ou tenha que pagar o
mínimo da fatura do cartão porque se excedeu em supérfluos! Muito menos pegar
empréstimos para cobrir outras dívidas, sem conhecimento do parceiro (a).
Se chegou a
este ponto recomendo fortemente abrir o jogo e ter uma conversa sincera com o
cônjuge explicando o que a fez chegar nesta situação tão delicada, e juntos
definirem os melhores esforços para saírem deste enrosco financeiro.
Caso contrário
o relacionamento será impactado, e como já comentei aqui, não acredito em amor
numa cabana.
Quem definirá a
melhor maneira de dividir as despesas de casa serão vocês. Alguns casais optam
por dividirem igualmente, outros proporcionais às rendas, e outros unificam os
salários e entram em acordo para fazerem compras.
Sou a favor de
haver individualidade, cumplicidade e companheirismo. Ou seja, acredito que
cada um precisa ter liberdade de usar seu dinheiro como achar conveniente desde
que não prejudique o bem estar da família. Isto implica em não emprestar
dinheiro sem conhecimento do outro, adquirir bens sem concordância, e ainda,
investir em produtos que não estejam adequados aos objetivos coletivos, como
fazer aplicações em ações, que tem mais risco, comprometendo todo o recurso que
seria destinado para a compra de um carro maior para a família.
Mais do que evitar
armadilhas da infidelidade financeira, é importante que os novos casais
reflitam juntos sobre como pretendem alcançar os objetivos financeiros. O
esforço de começar tão logo a discutir as finanças vale a pena para evitar que
façam parte dessa triste estatística.
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