Você conhece os produtos de renda fixa privado?



          Hoje vamos conhecer o que são os títulos privados de renda fixa, pois partirei do princípio que meus caros leitores estão trabalhando para, a cada dia, serem mais independentes financeiramente, e assim precisam conhecer os produtos de investimentos disponíveis no mercado. E cá entre nós, nada de poupança, por favor, já expliquei por aqui que ela não é tão rentável assim.
          Os títulos de credito privado são uma alternativa nas carteiras de investimentos dos clientes, especialmente os mais conservadores, porém não devem ser os únicos investimentos, pois contêm, como o nome sugere, risco de crédito.
          O risco de crédito é quando o emissor do título não honra o compromisso assumido de pagar alguma parcela ou seu total no vencimento, por isso, distribuir seus investimentos e conhecer quem são os emissores dos títulos são atitudes fundamentais para ter uma carteira equilibrada.

CDB

          Um dos títulos mais conhecidos no mercado é o CDB (Certificado de Depósito Bancário). Ele é um título emitido pelos bancos para se financiarem, ou seja, gerarem lastro para as operações de crédito. Explicando um pouco melhor, para o banco disponibilizar a linha de crédito do cheque especial, ele remunera quem compra no seu CDB.
          A taxa é definida pela própria instituição que pode ser pré ou pós-fixada. Ela é pré-fixada quando o investidor sabe no momento da aplicação o financeiro a receber. A taxa é pós-fixada onde é acordado um percentual de um indexador definido no momento da aplicação, por exemplo, o CDI. Pode ser ainda, uma operação com uma taxa que chamamos de híbrida, onde parte é pré-fixada e outra é atrelada a um indexador, como o IPCA (ex.: IPCA +6%a.a.).
          Outras questões determinarão a remuneração do CDB, tais como necessidade de caixa da instituição (quanto mais o banco precisa do seu dinheiro, mais alta será a taxa), o prazo, expectativas de mercado sobre questões macroeconômicas, valor da aplicação, seu relacionamento com o banco, liquidez...
          Os CDBs contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para o limite de R$ 250 mil por CPF.
          Isto significa que se a instituição financeira que você tem esta aplicação venha sofrer intervenção do Banco Central, ou seja, quebre, estarão garantidos R$ 250 mil. Porém, se o seu saldo na data da intervenção for superior a este valor, o excedente não será garantido. Cabe ressaltar que o valor não é corrigido até ser pago ao correntista. A recomendação é distribuir em mais de uma instituição valores inferiores aos R$ 250 mil, pois precisa considerar a rentabilidade que ganhará na aplicação. No entanto, pulverizar demais também, pode não compensar, pois não terá somatório relevante e nem poder de negociação para barganhar taxas competitivas.

LCI/LCA

          Outras opções de renda fixa que ficaram bastante conhecidas no ultimo ano foram as Letras de Crédito: Letras de Crédito Imobiliário e Letra de Crédito do Agronegócio.
          São títulos isentos de imposto de renda atualmente para a pessoa física, digo atualmente, pois há comentários no mercado que o governo poderá a vir cobrar IR sobre os valores já aplicados ou sobre futuras aplicações. Já para pessoas jurídicas, há cobrança de  22,5% para aplicações de até 180 dias, e 15% para prazos superiores a 720 dias.
          Seus rendimentos normalmente são superiores à poupança.
          Elas também contam com a cobertura do FGC.
          A diferença entre as letras é a seguinte: a LCI tem papeis cujos lastros são emitidos em créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou alienação fiduciária de um bem ou imóvel. Enquanto a LCA está atrelada a negócios realizados por produtores rurais.

Debêntures de Infraestrutura

           Em 2012, o governo autorizou empresas que tenham como propósito específico projetos de infraestrutura a emitirem debêntures com isenção fiscal para a pessoa física. Haverá IR de 15% quando for auferido por pessoa jurídica tributada com base no lucro real presumido ou arbitrado, pessoa jurídica isenta ou optante do simples nacional.
           As debêntures estão para as empresas assim como estão os CDBs para os bancos, ou seja, são fontes de captação de recursos de terceiros no mercado financeiro, e assim, remuneram quem as compra. São títulos de renda fixa que além de terem risco de crédito envolvido contam com risco de liquidez, pois como não há um mercado secundário ativo, ou seja, não é fácil encontrar comprador caso o cliente queira se desfazer do negócio. A liquidação mínima é de 4 anos. As debentures de infraestrutura têm prazo médio de resgate de 11 anos. Não contam com o FGC, por isso, é valioso conhecer bem o emissor.
          Abaixo apresento um comparativo entre uma aplicação em LCA e Poupança. Independente do valor do exemplo, o que deve considerar é o quanto pode ganhar aplicando num produto como este, onde o risco de crédito é o mesmo, dado que a poupança também conta com o FGC.
LCA do BNDES com taxa de 90% para 1 ano e a Poupança.

LCA  BNDES
90% do CDI
12,72% a.a.
Poupança
0,5% a.m. + TR
7,53% a.a.

Para uma aplicação de R$ 100.000,00:
LCA - R$ 112.720,00  Poupança - R$ 107.530,00, ou seja, por manter a aplicação na LCA o investidor ganharia em relação a poupança R$ 5.190,00.

          Numa pesquisa rápida entre os principais bancos, verifiquei que os valores para aplicação mínima em LCI/LCA podem variar entre R$ 1.000 a R$ 30.000. Para CDBs, entre R$ 200 a R$ 2.000. Já para as debêntures, o mínimo são R$ 1.000, porém são corrigidos até a data da liquidação da operação.
          Só listei algumas operações de renda fixa para que você tenha o conhecimento das opções disponíveis no mercado saindo dos já conhecidos fundos, títulos públicos e poupança.
          Porém o que definirá qual ou quais destes produtos serão os mais adequados aos seus objetivos? Somente com uma avaliação holística para avaliação de perfil, risco e horizonte de tempo. Isto para começo de conversa! 



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