Sobre amizade (principalmente as de 4 patas)

     Oi gente, voltei!

     Ontem foi dia do amigo, por isso, escolhi falar disso aqui. Bonitinho, vai!
     Não sou uma pessoa de muitos amigos, não que eu seja antissocial ou coisa assim, muito pelo contrário, me considero uma das pessoas mais comunicativas que conheço. O fato é que eu não manjo muito dos paranauês de lidar com pessoas. As vezes sou meio bronca, sabe? Direta demais, sincera demais, e sem querer acabo magoando uns ou outros. Confesso que as vezes sou meio grossa, mas juro que não é por mal. Sou só prática mesmo. Comigo não tem muito essa de mimimi, tipo, 'ai, você não me liga' ou 'ai, você esqueceu do meu aniversário'. Acho que as pessoas tem suas vidas e suas obrigações, e não sou de cobrar essas coisas de ninguém, por isso mesmo acabando não me ligando em fazer. Então, se um dia você ficou chateado comigo por isso, sorry! Juro que não tive a intensão de te magoar.
     Tenho amigos de uma vida inteira, que passo meses sem falar, mas quando a gente se fala é tão bom. Parece que o tempo não passou, só deu uma pausa e a conversa continuou depois. Sem cobranças, sem dramas e sem jogos emotivos, afinal, o tempo urge, né, minha gente? A vida segue, a gente cresce, mas alguns sentimentos nunca mudam.
     Tenho meus amigos de 4 patas também, e com esses eu me entendo que é uma beleza... Tenho dois gatos e um cachorro maluco, e muita gente estranha a forma como eu me relaciono com eles. Mas gente, eles passam mais tempo comigo do que meu marido! E tem outra também: quando resolvi ter bichos, em vez de comprar um pug ou um bulldog francês (sonho!), escolhi adotar bichinhos que realmente precisavam de ajuda, de um lar, de cuidados, para que eu realmente estivesse fazendo a diferença, e não pelo capricho de ter um bicho de raça.
     Meus gatos sofrem de uma doença crônica, chamada rinotraqueíte felina, o que faz com que boa parte do meu dinheiro vá para o tratamento deles. Veterinário, antibióticos, remédios importados para imunidade. Sem contar no tempo que eles me tomam. São seções de nebulização diárias para aliviar a congestão nasal, em tempos de crise, principalmente no inverno, dou papinha na colher de hora em hora, pois um deles tem uma condição ainda mais debilitada e sequelas de maus tratos, e as vezes não consegue comer ração sólida.
     Já o Bartolomeu, meu cachorro, é um caso a parte. O apelido dele é Capetossauro. O bicho é um boi e esbanja saúde, no entanto, sofre de um problema denominado Síndrome do Abandono Recorrente, o que faz com que ele destrua coisas e se automutile como reflexo de crises de ansiedade quando fica sozinho, achando que a gente nunca vai voltar, mesmo que eu só vá até o portão jogar o lixo fora. Ele já havia sido abandonado, adotado e devolvido quando o adotamos, mas no fim, é um fofo, quase do meu tamanho, que eu aprendi a amar.
     Minha ligação com eles é muito forte, e um monte de gente já me criticou dizendo que eu trato meus bichos como filhos e que eles não são crianças, mas uma coisa é certa: ninguém entende a relação com um animal que PRECISA de você, até ter um que precise de fato. Meus bichos são dependentes de mim, não só de carinho e atenção, mas de cuidados específicos.
     Seria muito cômodo comprar um animal de raça, saudável, pra desfilar com ele por aí... Quero ver provar amor virando a noite dando soro na seringa, descongestionando as vias respiratórias, ou simplesmente rezando pra ele não morrer quando uma crise vem mais forte. Nesse momento, meu cachorro endiabrado está deitado no meu pé enquanto trabalho, tomando conta de mim (na cabeça dele, deve ser assim), e isso não há dinheiro que pague.
     Sou daquelas que pega bicho na rua pra cuidar, que sempre vai escolher os estrupiados, magrelos, fracos... Sei que me darão mais trabalho, mas eu vejo isso como missão, entende? Tipo uma salva-vidas de bichos sem esperança.
     Eu não espero que entendam ou apoiem a forma como lido com meus animais. Confesso que isso é mais um desabafo mesmo. Não só pelas críticas que recebo, mas por ver pessoas que tratam os animais como vidas descartáveis. Vai mudar, abandona. Tá doente, joga fora. Emprenhou, põe na rua. Não é assim que as coisas deveriam funcionar, mas infelizmente nem todo mundo pensa dessa forma. É uma responsabilidade que nem todos entendem, ou querem assumir.
     Sou protetora chata mesmo, amo meus bichos como se fossem gente mesmo, me dedico a eles mesmo, de coração, mas assim, vou segundo com minha consciência tranquila, e cumprindo minha missão.
     Aos meus amigos humanos, não se sintam menos amados. Vocês moram no meu coração, e meu amor por vocês é tão grande quanto o que tenho pelos meus bichos.
     Falei demais dos meus bichos, então quem não conhece deve estar mega curioso. Hehehe. Olha só que lindezas!

Todos vivem em harmonia, até o Bartô estragar tudo. Hehehe

Observações importantes:

  • O Tim Burton, o gato preto, tem rinotraqueíte felina. Foi resgatado com deslocamento de bacia, e tem o final do rabo quebrado. Sofreu maus tratos provavelmente por ser preto. Ainda existe muita gente ignorante que faz maldade com gatos pretos por aí. Ele e Gasper são irmãos de ninhada, acredite se quiser.
  • Gasper, mais conhecido no Instagram como #gasperfofinho, foi resgatado quase sem vida, e tem sequelas por isso. Não mia e tem retardos cognitivos. Hoje é o mais fragilizado pela rinotraquíte.
  • Bartolomeu, Bartô, Capetossauro... Cachorro maluco! Adotado na feira do Largo do Machado. Foi devolvido de outra adoção (por que será?). Estava desnutrido e desidratado. Era do tamanho dos gatos. A mulher da feira disse que ele cresceria 1 palmo, mas ele cresceu 4. Tem síndrome de abandono recorrente e toma passiflora pra controlar a ansiedade.
     Apesar do quadro de saúde ou de sanidade mental, no caso do Bartô, não troco esses carinhas aí por animal de raça nenhum.








Comentários

isavetbel disse…
Relato lindo de alguém que realmente ama os animais e que é uma das melhores adotantes que já passaram em Thundera!