[ESPECIAL QUARENTENA]: Contos indígenas para embalar miúdos e graúdos


                                     Ilustração para o livro Doze Lendas Brasileiras, de Clarice Lispector   Arte: Suryara

Você conhece ou se lembra de algum conto indígena? Eu conheci o conto da Iracema (Vitória Régia) durante a escola primária, mas pensando bem sobre minha formação, tive muito pouco acesso à cultura indígena, ancestral do povo brasileiro. Isso é muito triste. Estudamos filosofias, mitologias clássicas e orientais, mas pouco nos atemos à mitologia indígena e há tantos simbolismos e tanta ligação com a natureza! 
Antes da pandemia começar, recebi um link com 3 contos indígenas e gostei muito. Preparei um clima para contar os contos para o Miguel, meu filho com uma playlist de músicas indígenas e encontrei uma com curumins cantando, que o Miguel adorou e super entrou na vibe, fazendo perguntas e imaginando sobre como vivem as crianças indígenas. Isso rendeu uma ótima conversa! Eu fiquei toda arrepiada com a coincidência de ter encontrado crianças indígenas cantando no Spotify. Foi mesmo mágico e inesperado. Então, durante 3 noites seguidas o Miguel escolhia o conto da noite. Foi maravilhoso porque são contos de diferentes culturas e o Miguel fez várias relações com mitologias que ele já conhece, como a Grega, que estamos estudando com uma coleção de livros de mitologia para criança, recém-lançada aqui em Portugal, indicada pela Nova Acrópole
Eu estou nessa busca pela ancestralidade indígena desde muito nova. Eu fui guia escoteira e tive a oportunidade de estudar um pouco sobre a Amawaka, tribo indígena do Acre, que dava nome à minha patrulha escoteira e sempre tive vontade de conhecer uma tribo indígena. Sou apaixonada pela cultura. Eu tive o prazer de convidar o Dr. Altamiro Vianna para falar no Brazil Zen , meu extinto SPA para falar sobre sua experiência como pediatra em meio à uma tribo da Floresta Amazônica. Foi muito interessante. Tem tanto aprendizado, tanta coisa ligada a alimentação, forma de criar filhos, de se relacionar. Conheça o blog Impressões Amazônicas AQUI.
Eu tenho pensado muito em buscar essas origens e voltar ao Brasil e criar um projeto para realizar esse meu sonho de conviver com indígenas. Eu descobri que talvez toda essa minha afetividade e identificação com os saberes, estética e cultura dos povos indígenas tem a ver com o fato de que sou trisneta de uma índia que foi "pega no laço" por um imigrante, que não sei se era Italiano, Português ou Espanhol. Mas, esta mulher indígena deu luz à Alvina, minha bisavó, que criava muitos bichos (patos, galinhas, porcos) e se negou a sair de perto da sua criação, que fazia questão de cuidar,  mesmo com 99 anos, quando faleceu. Deve ter herdado da mãe essa relação com a natureza. Viver em Portugal e criar galinhas na Quintinha da Céu tem me levado a buscar essa ancestralidade feminina.
Não sabemos mais nada sobre elas, mas sei que habitam em mim e sou muito grata e as honro e vou fazer o  meu melhor para me conectar com a sabedoria da Floresta. Agora faz mais sentido para mim ter criado o Brazil Zen, meu primeiro empreendimento,  inspirado na sabedoria da Floresta. Eu buscava mesclar a sabedoria da medicina oriental, com a sabedoria da medicina da floresta brasileira. E usávamos elementos rústicos, como esteiras para sentarmos e atendermos nossos clientes com tratamentos naturais, usando técnicas milenares como massagens com óleos essenciais, óleos vegetais naturais, ayurvedica, medicina chinesa e tínhamos também pilates, dança de salão, capoeira, hidroginástica, tudo para ajudar o cliente a entrar em contato com o auto-conhecimento, com o corpo e o bem-estar. Aqui no blog você vê a parte da construção e as atividades com a equipe de terapeutas. Foi meu primeiro coworking, na verdade. Agradeço muito à minha prima Érica e a Ana Paula Santos, minha coach por todo apoio para tirar essa ideia da cabeça e realizar! Foi muito lindo e um grande aprendizado. Agradeço muito a todos os terapeutas e a todos os clientes que participaram conosco.
Quando fui procurar fotos do Altamiro apareceram dois blogs para mim, que eu nem me lembrava que tinha escrito. Eu tinha um blog para a equipe e um  para o público. Veja AQUI e AQUI
Foi uma grata surpresa rever estas fotos, os momentos do meu primeiro empreendimento, totalmente inspirado nos indígenas e nos orientais, sabedoria ancestral e milenar. Hoje é dia do livro infantil e amanhã é dia do índio e para celebrar e te estimular a aprender um pouco mais sobre os indígenas nesta quarentena, sugiro a leitura destes 3 pequenos contos indígenas, que vão embalar miúdos e graúdos. Acesse o link, clique em cada conto para ler na íntegra e comente o que estes contos trouxeram para você hoje, se você leu para alguém, como foi por aí, combinado? Vou adorar saber sua opinião.
Acesse aos contos AQUI



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