PAPO DE QUINTA: Sobre empreender e viver do que se ama

Olá, aqui estamos com nossa cliente, parceira em projetos, com a Data Coop Boutique no FIEB, na UNI RIO. A Querida Guilma Vidal, empreendedora por si só, criou o Argonauta, software de automação de bibliotecas e é uma grande empreendedora da área de informação e conhecimento. Ela nos inspira e nos dá gás para continuarmos nossa trajetória e é sempre mágico quando nos encontramos! Começamos esse post com essa foto, que expressa a alegria de empreender e viver do que se ama!

Quando você tem uma missão para espalhar para o mundo, não tem jeito, você acaba assumindo sua própria direção no trabalho e empreendendo. Melhor ainda quando você vive do que você ama.
Tem gente que faz isso a vida toda, tem gente que faz isso em algum momento e depois volta para o mercado formal, tem gente que concilia as duas coisas.
No meu caso, eu achei que fosse aposentar no meu último trabalho. Realmente eu amava o que fazia e vivia com  missão e propósito.

Mas, algo começou a me incomodar muito e percebi que não tinha mais para onde crescer, não me sentia suficientemente valorizada e achei melhor buscar meu próprio caminho. Já buscava uma oportunidade onde eu pudesse trabalhar de casa, fazer meu horário, mesmo porque havia decidido ser mãe.

Quem é lider por natureza e dá o sangue, por assim dizer, acaba tendo coragem para buscar seu caminho no empreendedorismo, porque já lida-se com o ônus de ser responsável e assumir muitas coisas no trabalho formal. A vantagem do trabalho formal é ter recursos para os projetos, quando se tem autonomia e um fixo, caindo na sua conta todo mês, o que é muito diferente quando você é dono do seu próprio negócio, porque você precisa ficar um bom tempo investindo e reinvestindo e tem as épocas de vacas magras, o que é desesperador, porque você precisa pagar as contas, precisa pagar despesas fixas, variáveis, pessoal e sem dinheiro, em geral os parceiros não ficam, abandonam o barco. É um caminho de solidão e muitas vezes bate um grande desânimo.
Outro dia eu vi uma chamada, não sei de qual programa ou de qual canal, mas o ator, que não é tão famoso dizia que ele não se vende e não aceita qualquer papel e sua pobreza, muitas vezes é o preço que ele paga por sua liberdade.

Aí fiquei refletindo sobre isso. Na maioria das vezes que escolhi meu trabalho, ganhei muito pouco e enfrentava um problema danado com escassez. Projetos que demoravam para pagar, pagava-se muito pouco e tal. 

Eu tenho visto tanto coach pregando por aí que é muito bom viver do que se ama, ser dono do seu tempo e que os empreendedores digitais nunca ganharam tanto dinheiro. Talvez isso seja uma grande isca e um grande chamado para quem anda de saco cheio do que faz, buscar arriscar e viver do que se ama. Mas, como tudo na vida, tem dores e delícias e quanto mais consciente e preparado psicologicamente, financeiramente você estiver, mas suave vai ser sua jornada. Porque não é fácil e não é para todo mundo e não é para qualquer um.

Não sei se vou voltar para o mercado formal um dia, mas outro dia me deparei com essas fotos abaixo, que compartilho com vocês. Eu atuei por 7 anos em uma empresa americana, que vendia software de biblioteca. Aprendi muito lá e amava trabalhar lá. Até que um dia, parece que recebi um chamado. E eu não acreditava na força desse chamado, porque eu namorava essa empresa e era muito feliz lá. Mas, não tive para onde correr. A empresa tem escritórios na Malásia, Espanha, Estados Unidos e Brasil e eu atuava em um grupo multilingue, multicultural, usando ferramentas modernas e em um espírito de trabalho colaborativo, investigativo e com uma proximidade enorme da Academia, coisa rara aqui no Brasil. Tanto que o software já trazia padrões e protocolos que renderam meu objeto de estudo do Mestrado em Ciência da Informação. A empresa é tão de van guarda que enquanto estudava-se a possibilidade de um protocolo para resolver questões sobre manifestação, expressão e item de uma obra, o software já tinha implementado na prática. Por que? A empresa tinha funcionários participantes de órgãos que ajudam a criar esses protocolos. 

Só em traduzir o material para treinamento, para o marketing, eu estudava e aprendia muito. Os treinamentos online das novidades dos softwares (eram uns 5 pelo menos) lidavamos com o mais avançado em tecnologia da informação.

E além disso, havia o AUG - Americas Users Group - o Grupo de Usuários do software, com profissionais da área de Biblioteconomia e Informática buscando usar a ferramenta da melhor forma possível e vindas das melhores universidades do Brasil. Isso foi encantador!

E nos colocamos a disposição para treinar semanalmente (online), fazer um encontro anual em cada universidade, integrar os profissionais e possibilitar reivindicações e trocas de experiência. 

Fora, poder viajar, conhecer o Brasil, diferentes sotaques, diferentes realidades nas universidades (a maioria do interior do Brasil) e aquilo me dava um tremendo gás.

Eu não ganhava nada mais por aquilo e não tinha obrigação de faze-lo. Ficava noites sem dormir preparando tudo para o evento...e minha equipe super unida dando o sangue. Não tinha hora extra não! Era por paixão, missão e propósito!


Reunião do AUG na UFOP onde levamos o Edwin Hubner para ensinar sobre MARC - formato usado no software. O Professor Marcondes, parceiro de projetos, para falar sobre protocolos para bibliotecas digitais!


Esse foi o último encontro, quando recuperamos a UERJ, que estava na versão muito antiga do software e fez a migração para a versão atual, Trouxemos os usuários do software para apresentar cases de sucesso usando a ferramenta. Foi lindo de ver e poder ter clientes no Rio de Janeiro, já que todos eram de fora do Rio e isso era bom, mas tinha que ter a expressão carioca também, né não?

Eu levei pessoas de confiança para trabalhar comigo e pude trabalhar entre amigos e familiares e foi fantástico, uma grande aventura e um grande preparo para a minha vida de empreendedora, à frente da Biblio Ideias.

Sobre empreeender e viver do que se ama: para mim, é inevitável! E para você?

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