Hoje, a
nossa coluna de acha semana vem um pouquinho diferente. Gostaríamos de dividir
com vocês algo maravilhoso que descobrimos há pouco: o projeto Street Store São
Gonçalo.
Pra quem não
sabe, esse projeto é gringo, começou na África e genericamente falando, a idéia
consiste em montar verdadeiras lojas na rua, para que pessoas sem poder
aquisitivo possam “comprar”, sem nenhum
custo, nessas lojas.
Parece
simples, mas não é. Existe todo um mecanismo por trás que faz essa engrenagem
girar, desde a captação das doações, triagem, higienização das peças, montagem
da loja... Dá um trabalho gigante, mas ainda bem que existem pessoas no mundo
como o Cláudio, que trouxe esse projeto para São Gonçalo.
Ele nos respondeu
umas perguntinhas, e achamos que assim fica mais fácil entender, sabendo por
quem faz, a importância dessa ação:
B I: Para começar, que tal falar um
pouco de você e da sua historia com os projetos sociais. O que faz da vida e há
quanto tempo está engajado na causa social? Quais projetos já participou?
C P:
Meu nome é Claudio Porto, tenho 25 anos, sou estudante de gestão comercial e
trabalho como correspondente bancário.
Perdi meu pai a pouco mais de 2 anos e herdei essa vontade de ajudar o próximo dele. Quando criança, nosso sustento era oriundo das vendas de cafifa (pipas) e em diversas épocas do ano, meu pai distribuía gratuitamente essas pipas para as crianças. Quando ele se foi, quis continuar essa tradição, porém as crianças da minha rua tinham crescido (obviamente) e eu não sabia em quais lugares poderia fazer isso. Nesse momento, através de um grande amigo, conheci a LAURA AGUIAR que vem a ser coordenadora do projeto VPGENTE que é uma frente social desenvolvida através do curso VITOR PRÉ VESTIBULAR que presta diversos tipos de assistência social em São Gonçalo. Contei minha história para ela e organizamos juntos uma ação sobre pipas. Organizamos diversos festivais de pipas simultâneos em 12 bairros de São Gonçalo atingindo centenas de crianças e resgatando essa tradição que vem sendo apagada por conta dos avanços tecnológicos.
Perdi meu pai a pouco mais de 2 anos e herdei essa vontade de ajudar o próximo dele. Quando criança, nosso sustento era oriundo das vendas de cafifa (pipas) e em diversas épocas do ano, meu pai distribuía gratuitamente essas pipas para as crianças. Quando ele se foi, quis continuar essa tradição, porém as crianças da minha rua tinham crescido (obviamente) e eu não sabia em quais lugares poderia fazer isso. Nesse momento, através de um grande amigo, conheci a LAURA AGUIAR que vem a ser coordenadora do projeto VPGENTE que é uma frente social desenvolvida através do curso VITOR PRÉ VESTIBULAR que presta diversos tipos de assistência social em São Gonçalo. Contei minha história para ela e organizamos juntos uma ação sobre pipas. Organizamos diversos festivais de pipas simultâneos em 12 bairros de São Gonçalo atingindo centenas de crianças e resgatando essa tradição que vem sendo apagada por conta dos avanços tecnológicos.
Daí pra frente, comecei a participar de
todas as ações do VPgente: Orfanatos, asilos, ações no lixão de Itaoca, ações
com moradores de rua, etc.
B I: O que é o Street Store?
C P: A primeira loja gratuita para moradores de rua nasceu na Cidade do Cabo, África do Sul, em janeiro de 2014. Uma grade, alguns cabides, itens de vestuário e um pequeno grupo de voluntários foi o suficiente! Em apenas um dia, cerca de 3.500 pessoas foram atendidas e tiveram a oportunidade de escolher o que gostariam de vestir, como se estivessem em uma loja. Para muitos deles, acostumados a revirar latas de lixo atrás de restos e sobras, esta foi a primeira experiência de compras digna.
O Street Store é basicamente uma loja gratuita de roupas e calçados onde qualquer morador em situação de rua ou qualquer pessoa em situação social desfavorável poderá escolher a peça de roupa e o calçado que quiser.
B I: Há quanto tempo existe o Street Store São Gonçalo? Como surgiu a idéia? Quem te ajuda? Onde é? Por quê?
C P: O Street Store São Gonçalo
está sendo organizado há mais de 2 meses. A ideia foi trazida pela Kamilla
Assis e pela Lais Adelita. Na época, ambas me chamaram para fazer parte da
organização. Em seguida, incluímos a Beathriz e iniciamos os preparativos
para organizar a primeira edição.
Mobilizamos as pessoas nas redes sociais na busca por doações. Fizemos
contatos com algumas empresas para conseguir parcerias e vendemos a camisa do
evento para arrecadar fundos para custear toda a estrutura (tendas, transporte,
material gráfico, etc.)
Nosso grupo é composto por pouco mais de 40 voluntários, todos
devidamente cadastrados. A primeira edição será no dia 19 de junho a partir das
09h, no antigo lixão de Itaoca em São Gonçalo.
B I: Qual a expectativa para o Srteet Store SG?
C P: Para nossa primeira
edição, estamos preparados para atender as mais de 250 pessoas que residem
nesse bairro. Estamos levando mais de 3000 peças de roupas, mais de 500 pares
de sapatos, além de kits de higiene pessoal, brinquedos e livros infantis.
Nesse dia também estaremos prestando serviços de corte de cabelo
(totalmente gratuito), um mega café da manhã para todos os participantes e
muita recreação para as crianças do local.
B I: O que te move? Por que dos projetos sociais
C
P: Antes das ações sociais, não conseguia
superar a perda do meu pai. Com isso, participando de eventos sociais, eu o
sinto mais perto, conseguindo transformar a tristeza que sinto pela perda dele
em saudade. Depois de participar da primeira ação social, sempre me animo para
a próxima. Ver a felicidade no rosto daquelas pessoas não tem preço. Virou
rotina dedicar meus finais de semana a outras pessoas. Esqueço dos problemas,
me sinto bem e começo a outra semana totalmente renovado.
Bem gente, histórias assim merecem ser compartilhadas, e depois dessa não precisamos dizer mais nada. A humanidade só melhora diante de exemplos como esse, e é isso que nos faz manter a fé de que para esse mundo ainda há solução. Enquanto encontrarmos outros cláudios por aí, vamos seguir em frente.
Nós já adotamos essa causa. Ajude também!
Bom final de semana! E lembrem-se: O que te sobra pode ser a única esperança de alguém.
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