Quem acompanha os meus textos desde o inicio sabe que venho chamando atenção
para a importância de sempre termos as nossas reservas financeiras para emergências.
Serão elas que nos darão tranquilidade para os eventuais percalços que a vida
tem, nos possibilita planejarmos as realizações de sonhos e para podermos
desfrutar de uma aposentadoria mais confortável.
Nesta semana, recebi uma mensagem de um leitor que acompanha os meus
textos me dizendo que graças às reservas que já fazia e que após acompanhar as
minhas recomendações buscou aumenta-las, e se viu na necessidade de usar parte
das suas economias para emergências.
Faço questão de me aprofundar um pouco mais no caso dele para mostra
que pode acontecer com qualquer um de nós.
Ele diz que foi fazer exames de rotina e precisará passar por uma
cirurgia, nada muito complexo, mas com técnica inovadora não coberta pelo plano
de saúde, porém deverá ser parcialmente reembolsável. Esta cirurgia o deixará
15 dias longe do trabalho, e como na sua empresa ele é medido por atingimento
de meta, isso o tem deixado preocupado, pois vai impactar na sua remuneração
variável.
Além da cirurgia, ele conta que seu custo com o condomínio aumentou em
30%, pois o prédio precisará passar por adequações exigidas por lei, ou seja, a
famosa cota-extra. Provavelmente, será por um período que não informou, mas
terá grande impacto nas despesas dele.
Enfim, as duas situações vividas pela mesma pessoa serão passageiras,
porém, estão acontecendo no mesmo momento e irão sobrecarregar as despesas
mensais.
Conheço outra história, não tão ruim, mas onde as reservas financeiras
seriam bem-vindas e estão fazendo falta:
Um casal de profissionais liberais estava tentando ter um filho e neste
período o marido comprou um carro financiado em 36 meses. Agora, a esposa está
com gravidez de risco, sem poder trabalhar, o que significa que está sem poder
contribuir com a renda familiar. O casal está preocupado com as prestações do
carro, as despesas da casa e com a chegada do herdeiro. Veja como faria
diferença uma reserva de emergência para eles!
Formando Reserva de Emergência:
Está endividado? Então sua prioridade é sanar o quanto antes. Procure
seus credores e renegocie. Não adianta ter dinheiro guardado em poupança, previdência
privada ou qualquer outro investimento e dever no cheque especial ou no cartão
de crédito, como já vi por aí. Os juros das dívidas são muito mais altos do que
os retornos dos investimentos e não compensa!
Ter dinheiro guardado não é impossível, não é coisa só para quem ganha
muito. Não importa o valor recebido, mas é como o gasta que determinará sua vida.
Se seguir a orientação de sempre se
pagar primeiro, ou seja, assim que receber sua remuneração destinar um
percentual mensal para sua reserva financeira, terá sempre, claro, desde que
não utilize com frequência, o dinheiro guardado. Isto se tornará um hábito.
O percentual será definido de acordo com seu padrão de vida, pode
começar com 10% mensais, o que com um salário de R$ 3.000 seriam R$ 300. Se
considerar o percentual alto, sugiro rever o padrão de consumo. Um consumo
consciente hoje trará maiores benefícios no futuro.
Uma questão importante a ser considerada é: quanto de dinheiro tem
reservado caso perdesse seu emprego agora? E por quanto tempo poderia viver sem
renda? Já parou para pensar neste assunto? Caso contrário, seria interessante
considerar quais são suas despesas atuais e acumular uma reserva compatível a, pelo menos, 12 meses de gastos. Atualmente, as pessoas estão demorando mais
para conseguirem se empregar nas mesmas condições anteriores, então, reduzir as
despesas para fazer uma reserva de segurança se torna necessário,
principalmente, para os profissionais que têm mais instabilidade em suas áreas.
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