Assunto de Gente Grande


Atualmente, estamos vivendo num mundo extremamente baseado no consumo imediato. Tudo é para hoje: o smartphone tem que ser o mais novo (até porque o antigo não tem durabilidade), nos aplicativos para telefonia, na moda, nos carros, nos resultados na academia ou na redução rápida de peso. Enfim, queremos, de modo geral, que tudo aconteça na velocidade da luz e, principalmente, reforço este ponto, onde nosso consumo está voltado ao prazer imediato.
Queremos estar à frente na aquisição de bens, sermos vanguardistas e cadê o compromisso com o futuro? Vamos viver ao som do famoso refrão “Deixa a vida me levar”?
Você já parou para pensar no quanto seu consumo imediato poderá impactar a sua vida no futuro?
Tenho a percepção que as pessoas da minha geração da faixa dos 35-40 anos ainda pensam financeiramente como adolescentes. Como se os pais ainda estivessem na obrigação de dar suporte. Pior foi ter visto este comportamento em pessoas acima dos 45 anos. Não estou aqui para dar lição a ninguém, mas para chamar atenção no caminho financeiro que está trilhando. Explico melhor.
De acordo com o Índice de Preços da Terceira Idade (IPC -3i), da FGV, que mede a variação de preços de indivíduos acima de 60 anos, o custo de vida para esta faixa está em 9,37% em 12 meses enquanto o IPCA, até julho estava em 8,89%. O IPCA, agora, já acumula 9,56% em 12 meses.
A história é a seguinte, HOJE, sim, a partir de hoje, recomendo fortemente repensar o modo como você controla seu dinheiro. Se não há controle, comece ontem!
Meus amigos, estamos vivendo mais! A velhice, que ela chegue para todos nós, é um evento binário. Ou seja, será na dependência de terceiros e passará por situações difíceis para administrar seu orçamento ou, será boa se você souber fazer seu plano financeiro.
E para que o seu plano tenha êxito no futuro, precisará tomar decisões importantes hoje, fazer escolhas conscientes tanto para seu consumo, como para os produtos de investimentos que irá adquirir.
Definitivamente, contar com os recursos da Previdência Social não é a melhor opção, pois não serão suficientes para manter o padrão de vida que você tinha quando trabalhava. Em média, este benefício representa, no máximo, 20% da receita de um aposentado.
Já avaliou quais serão suas outras fontes de renda? Será previdência privada, aplicação financeira, aluguel de imóvel...?
Outras questões para reflexão são:
Qual padrão de vida terá? Tem sonhos, como viajar pelo mundo, comprar uma casa longe dos centros urbanos?
Quais serão seus novos custos? Recomendo listá-los. Considere que não terá escola dos filhos a pagar, mas o alto custo do plano de saúde será o substituto desta despesa. Em média, um plano para pessoas acima de 60 anos custa entre R$ 1.500 à R$ 2.000. Mais um exemplo para ilustrar o tamanho deste custo, um dos itens avaliados pelo IPC-3i, é o de medicamentos em geral. Ele saiu de 0,38% para 6,08% no 2º trimestre.
E quanto você precisará para se aposentar? Esta avaliação é individual e um profissional CFP pode ajudar a chegar neste número.
Vamos considerar, de maneira genérica, as seguintes informações:
Idade atual: 35 anos
Idade que pretende se aposentar: 70 anos
Período de acumulação de renda para aposentadoria: 35 anos
Contribuições mensais: R$ 500,00
Rentabilidade Real Média*: 6% a.a.
*taxa descontada a inflação
Valor acumulado: R$ 686.698,00
Sua renda mensal perpétua será de R$ 3.342,16.
Se sua contribuição mensal for de R$ 1.000, acumulará R$ 1.373.395 e sua renda perpétua será de R$ 6.684,32.
Se for de R$ 2.000, terá ao final dos 35 anos, R$ 2.746.792 com renda perpétua de R$ 13.368.

A conclusão que podemos chegar é que, além de você estar atento às melhores opções de investimentos, desde que adequadas ao seu perfil de investidor, deve procurar, o quanto antes, destinar parte de seus rendimentos para a sua reserva de longo prazo. Esta é aquela reserva financeira que já citei, porém específica para a sua aposentadoria. Por isso, é importante considerar qual será a renda que gostaria de receber partindo do valor que poderá aplicar periodicamente. Importante não subestimar sua renda perpétua, nunca sabemos quando nossa história se encerra por aqui! 


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